terça-feira, 6 de setembro de 2011

A Última Gaveta

... Era a última que coisa que queria fazer, chorar, fazia tanto tempo, eu me privei de tudo, privei de mim mesma, deletei sentimentos,  pelo mesmo fingi, fingi até bem por sinal, mas por um descuido eu quis relembrar o que já estava na última gaveta, lugar que guardo tudo o que não devo mecher, e realmente eu não sei se olhar suas fotografias me faz bem; ver seu sorriso, seu olhar... fez com que meus olhos enchessem de ... LAGRIMAS? Fez com que eu deslizasse mais uma vez.  Sentimentos o que aconteceu? Eu não os tinha guardado e escondido muito bem? Joguei até a chave fora, mas tinha uma reserva dentro de mim, reserva que insiste aparecer quando tudo está normal. E eu que achei que um dia se apaixonaria por mim.


Texto: Adrielle

Nós

Ainda resta tanta dúvida dentro de mim, tanto tempo e tudo no mesmo lugar da mesma forma que foi deixado, tanto tempo pra aprendermos, será que aprendemos? Insistimos em brincar de fazer pirraça, quem ganha dessa vez? E esse tempo todo eu esqueci quem eu era, acabei me desfazendo e os sentimentos dos quais eu tanto falava eu já não possuia. Estava cada vez mais fria e com o coração peludo; eu deveria tentar esquecer, mas falar de você ainda mexe comigo e eu nunca quero admitir e dizer isso a alguém, eu já tinha me convencido que tudo não passou de momentos que nao eram pra existir, apenas foi um equivoco do tempo, do destino, um equivoco meu, nosso. E nesta noite eu me senti só voltando para casa, sem amigos pra confiar, cheguei, tirei os sapatos e vi as suas fotos todas guardadas na ultima gaveta ...

Texto: Adrielle

sexta-feira, 8 de abril de 2011

surfando karmas

Cheguei num momento da minha vida que possivelmente tenha sido o mais esperado na minha infância. Quando eu era criança achava que fazer 17 anos era sinônimo de parar de sofer, não ter problemas; mal eu sabia que eles só estavam começando e que na verdade as minhas bonecas deveriam fazer parte da minha vida por mais tempo, mas eu queria parar de brincar com elas o quanto antes. Boba não é? Eu sempre cresci com a idéia de que iria mudar, e eu mudei fisicamente claro, mas não foi tão simples eu diria até impossível, eu continuo sendo aquela criança sonhadora que acredita que tudo vai ser melhor quando um dia crescer. E esse crescer demora tanto assim?
Ainda existe uma criança dentro de mim, a criança que segura o choro toda vez que ele ameaça escapar pelo canto dos olhos, a criança que antes chorava sem ao menos motivo ter. Por pirraça. Aprendi que segurar o choro da dor de cabeça, e sem me dar conta tudo aconteceu sem nada acontecer, o tempo tem tanta pressa e eu parei de crescer; um dia desses ouvi dizer que eu era imatura, sim, eu sou e não nego, ainda não sei lidar com sentimentos e com pessoas também não, cada vez eu entendo menos, cada vez eu me surpreendo mais. Com o nada. O nada que me preenche, o silencio que me ensina e anoite que me inspira, ah! a noite que faz realizar minhas ilusões em sonhos, ah se meus sonhos falassem! diria que você esta sempre com ele. Sonho bom, sonho bobo.
17 anos me fizeram perceber que é preciso abrir mão de muitas coisas, de sonhos bobos que falei ,de pessoas bobas que não sabem de nada, de crianças que não sabem ser crianças e machucam umas as outras, de gente que se acha grande e não sabe amar... Desculpa mas só não abro mão de uma coisa, de ser criança.

Beijos,
Adrielle.